Canos vazando: quando a falta de água se torna um problema de saúde pública

Hoje, todos sabemos que a média nacional de perda de água por canos subterrâneos vazando é superior a 40 %. Em São Paulo, esse índice gira em torno de 37 %. Isso significa que 37 % da água produzida nas ETA’s (Estações de Tratamento de Água) não chegam aos consumidores porque se perdem pelos canos subterrâneos que estão “furados” (trincas, rachaduras, emendas mal feitas, etc). Esse problema não se restringe apenas à perda de água que, por si só, nos dias de hoje, já seria uma tragédia. Acontece que, quando um cano está cheio de água, sua pressão interna é positiva, isto é, se houver uma trinca ou um vazamento, a água é quem sai, mas a contaminação não entra. Por outro lado, se houver falta de água e o cano estiver vazio, o processo se inverte ou seja, a pressão interna nos canos passa a ser negativa e se houver trincas (como existe em 40 % deles), ao invés da água ser “expulsa” para fora, a contaminação externa é que será “sugada” para dentro. Quando a água voltar a circular por esse cano que está agora contaminado internamente, essa contaminação será levada para os consumidores o que transforma o problema de falta de água em uma questão de saúde pública e não apenas de banhos mais curtos ou mais demorados. A maneira para cada um se proteger dessa ameaça é certificar-se de que a água que está recebendo no hidrômetro (cavalete de entrada) esteja devidamente clorada. Isso pode ser feito com kits de campo para medição de cloro em piscinas. Se houver cloro na água é uma boa indicação de que a eventual contaminação bacteriológica foi eliminada. Uma análise mais detalhada estará indicada caso se deseje a certeza de que o perfil físico-químico da água não se alterou pelas infiltrações nos canos danificados.


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